Está comprovado que o treino resistido proporciona benefícios para a saúde, e que ambos os sexos podem obter ganhos de força e de massa muscular com este tipo de exercício. No entanto, é inegável a existência de diferenças fisiológicas entre os dois sexos.
O sexo masculino possui: a) um percentual de gordura mais baixo; b) uma quantidade mais elevada de massa muscular total; c) mais massa muscular no tronco, que inclui um maior número de recetores androgénios; d) uma maior área de seção transversal de fibra muscular; e) uma proporção mais elevada de fibras musculares do tipo II nos músculos vasto lateral e bíceps braquial; f) e tendões com uma maior capacidade de adaptação ao treino.
Também o funcionamento do sistema hormonal difere. Os homens têm níveis mais elevados de testosterona total, testosterona livre e IGFBP-1. Para além disso, os homens experienciam aumentos nos níveis de testosterona após o exercício, e níveis diminuídos de cortisol no soro com a prática habitual de treino resistido, enquanto as mulheres não.
Após ter conhecimento desta informação, o leitor será perdoado se eventualmente tiver assumido que, após iniciarem um programa de treino resistido, os homens geralmente adquirem massa muscular a uma percentagem mais elevada do que as mulheres.
Mas será que as adaptações ao treino resistido são realmente específicas para cada sexo?
Roberts et al. (2020)
Recentemente, um grupo de investigadores conduziu uma revisão sistemática e meta-análise com vista a determinar se existem diferenças ao nível das respostas fisiológicas ao exercício resistido nos dois sexos, especificamente ao nível de ganhos de força e hipertrofia muscular.
Conduzida em 2020, a meta-análise de Roberts e colegas inclui 10 estudos cujos autores avaliaram a composição corporal, inclusive a massa muscular.
Todos os estudos incluíram voluntários saudáveis, de ambos os sexos, com idades entre os 18 e 50 anos, nos quais os participantes seguiram um programa de treino resistido durante pelo menos 5 semanas.
De referir que a maioria destes estudos incluíram voluntários destreinados / inexperientes.
Resultados:
Tal como se pode verificar efetuando a leitura do gráfico acima, estes investigadores não registaram diferenças significativas entre homens e mulheres em termos de aumento relativo da massa muscular após várias semanas de treino resistido.
Os autores deste trabalho escreveram:
Embora seja verdade que a hipertrofia absoluta com o treino resistido é maior nos homens, parece que o aumento relativo da muscularidade é similar entre sexos.
As respostas na síntese de proteína muscular, e os danos musculares devido ao treino resistido também aparentam ser similares entre sexos.
Comentários
Enviar um comentário