A maioria dos leitores deste blog são indivíduos algo curiosos que se preocupam em melhorar a sua forma física e também com a sua saúde. Desta forma é muito provável que também você tente evitar os açúcares e produtos refinados e esteja à procura de alternativas mais saudáveis ao açúcar.
Assim sendo, é muito provável que já tenha ouvido falar substitutos do açúcar como o stevia, e no artigo de hoje iremos discutir esta substância em maior profundidade e porque motivo deverá ser o seu edulcorante/adoçante de eleição.
O que é o stevia?
Para quem ainda não conhece, o Stevia é um edulcorante natural produzido a partir da planta Stevia rebaudiana, natural do Paraguai. O princípio ativo da planta stevia é o esteviosídeo.
Esta planta tem vindo a ser usada durante séculos pelos índios Guarani como adoçante. Um dos aspetos mais interessante do stevia, é o fato de ser praticamente isento de calorias, ao mesmo tempo que os glicosídeos do steviol têm um nível de doçura de até 40 a 300 vezes superior ao açúcar refinado.
Por isso também não é necessário utilizar grandes quantidades para adoçar os alimentos ou bebidas. São os glicosídeos do steviol que possuem as propriedades adoçantes.
Não é necessário adquirir as versões em pó ou refinadas para obter o seu efeito adoçante, na verdade, é possível utilizar as folhas desta planta diretamente em chás e outros tipos de receitas para as adoçar.
Como funciona o stevia?
O stevia contém glicosídeos, que são os responsáveis pelas propriedades doces do stevia. Os glicosídeos são moléculas que contêm glicose e outras substâncias não-açucaradas chamadas agliconas.
Os receptores gustativos da língua reagem à glicose presente nos glicosídeos - aqueles com maior quantidade de glicose (rebaudioside) têm um sabor mais doce do que aqueles com menos (esteviosídeo).
Alguns dos receptores amargos da língua reagem às agliconas. No trato digestivo, os rebaudiosídeos são metabolizados em esteviosídeos, depois, os esteviosídeos são separados em glicose e esteviol.
A glicose libertada por este processo é utilizada pelas bactérias no cólon e não é absorvida pela corrente sanguínea. O esteviol não pode ser digerido e é excretado.
Benefícios do stevia
É fácil compreender os benefícios e as possibilidades mais óbvias que o stevia nos pode proporcionar.
Em primeiro lugar, pode-se começar por reduzir o consumo de açúcar refinado substituindo-o pelo stevia, o que também irá reduzir o número de calorias que ingere e diminuir os problemas de saúde associados ao consumo de açúcar refinado.
Isto é especialmente útil para aqueles que pretendem seguir uma dieta de restrição calórica, para perda de peso.
Mas para além destes benefícios, o stevia pode proporcionar outros:
- Num estudo realizado em 2010, o stevia, em combinação com o fenugreek, mostrou reduzir os níveis de açúcar no sangue (1).
- Possui efeitos benéficos na sensibilidade à insulina do sistema músculo-esquelético e absorção de glucose que foram observados por Lailerd et al (2).
- Provoca um possível aumento da atividade das células-satélite. Fenômeno esse observado por Bunprajun et al. in vitro e que indica que poderá ter ligeiros efeitos anabólicos (3).
- Para além disso, um estudo de revisão realizado em 2009 comprovou que os esteviosídeos e compostos relacionados têm ações anti-hiperglicémicas, anti-hipertensivas, anti-inflamatórias, anti-tumorais, anti-diarreicas, diuréticas e imunomoduladoras (4).
Segurança
Já foi realizado um número significativo de estudos para comprovar os possíveis efeitos do stevia (esteviosídeo) na saúde, mais precisamente ao nível da fertilidade, toxicidade e carcinogenicidade, sendo que até hoje não surgiu nenhum estudo que indique que o stevia pode provocar problemas na saúde.
Em 2010 foram realizados dois estudos de revisão que não encontraram problemas de saúde associados ao uso do stevia ou aos seus extratos adoçantes (5).
Tal como Mauro Alvarez um investigador brasileiro afirmou:
Como cientista que investiga a segurança do stevia e de muitas outras plantas usadas como alimento ou ingredientes de alimentos há mais de 15 anos, posso assegurar-lhe que a nossa conclusão desses vários estudos é que é seguro para consumo humano de acordo com o uso pretendido, isto é, como adoçante.
Para além disso, o stevia já é usado como adoçante no Japão e em vários outros países há várias décadas, pelo que já possui um historial de segurança comprovado.
Conclusão
O stevia é uma daquelas coisas que parecem boas demais para ser verdade. É doce, não contém praticamente calorias nenhumas, reduz os níveis de açúcar em sangue, aumenta a sensibilidade à insulina, diminui as probabilidades de vir a ter diabetes do tipo 2 e possui ainda outros vários benefícios para a saúde, inclusive possíveis efeitos anabólicos. Para além disso, não parece ter efeitos deletérios para a saúde humana.
Esta parece ser mesmo a substância ideal a usar para satisfazer o desejo ou apetite por doces que muitas pessoas têm e que acaba por as fazer desviar das dietas, inclusive para os praticantes de musculação. Sendo assim, desde que continue a controlar a quantidade de comida e/ou calorias que consome, não existe nenhuma razão que o impeça de utilizar stevia para adoçar as suas bebidas e comidas.
Já foi permitida a comercialização e consumo de stevia na União Europeia e já é permitida há muito tempo no Brasil, pelo que não deverá ter problemas em encontrar este adoçante nas prateleiras dos supermercados, ervanárias ou até mesmo em lojas online.
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