A batata é um alimento que raramente associamos à proteína, pelo teor relativamente baixo deste nutriente.
Temos assistido a um aumento do interesse em proteínas de origem vegetal, de produção supostamente mais ecológica do que proteínas de origem vegetal.
Tipicamente, as proteínas de origem vegetal têm um perfil de aminoácidos, grau de digestibilidade e um valor biológico inferior aos das proteínas provenientes de animais.
Mas, curiosamente, a proteína da batata apresenta um perfil de aminoácidos bastante completo e similar ao da proteína do leite.
A batata é a terceira cultura mais consumida no mundo, mas contêm apenas ~1.5% de proteína. No entanto, quando a batata é usada para extração de amido, sobra um resíduo (sumo da batata), que geralmente é usado na produção de ração ou descartado como resíduo. A partir desse resíduo pode ser extraído um concentrado de proteína de batata.
Ao contrário do que acontece com a maioria das proteínas derivadas de plantas, a proteína da batata providencia quantidades suficientes de todos os aminoácidos essenciais, de acordo com os requerimentos da WHO/FAO/UNU, sem deficiências aparentes.
No entanto, há pouca informação disponível relativamente às propriedades anabólicas da proteína da batata.
Recentemente, um grupo de investigadores pretendeu verificar se esse perfil favorável de aminoácidos da proteína da batata também se traduz em potentes propriedades anabólicas após a sua ingestão, posteriormente a uma sessão de treino resistido.
No seu estudo, compararam as taxas de síntese de proteína muscular após a ingestão de 30 g de proteína de batata versus 30 g de proteína de leite durante o período de descanso e recuperação após uma sessão de treino resistido, em 24 homens jovens e saudáveis.
O treino consistiu em 4 séries de 2 exercícios de pernas (leg press e leg extension), executados de forma unilateral, com a perna dominante:
Com vista a caracterizar os perfis de aminoácidos no sangue e a síntese de proteína muscular, estes investigadores recolheram amostras de sangue e realizaram biopsias musculares ao longo de 5 horas após terem ingerido o batido de proteína
Em termos de resultados, comparativamente aos valores basais, e embora a proteína de leite tenha apresentado uma absorção de aminoácidos mais rápida, verificou-se que, ao longo de 5 horas após a sua ingestão, ambas as proteínas aumentaram as taxas de síntese de proteína muscular na perna que não foi exercitada, sem diferenças significativas entre si.
Na perna exercitada, as taxas de síntese de proteína muscular aumentaram para 0.069% e 0.064% após a ingestão de proteína de batata e de leite, respetivamente, sem diferenças significativas entre os dois tratamentos.
Os investigadores concluíram:
A ingestão de 30 g de concentrado de proteína de batata eleva as taxas de síntese de proteína muscular em descanso e durante a recuperação do exercício em homens jovens saudáveis.
As taxas de síntese de proteína muscular após a ingestão de 30 g de proteína de batata não diferiram das taxas observadas após a ingestão de uma quantidade equivalente de proteína de leite.
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