O que é? A ginecomastia representa um aumento de tecido mamário maior que 2,0cm de diâmetro, em caráter anormal.
A maior parte dos pacientes não apresenta sintomas e alguns nem percebem que a tem. Há associação do aumento da taxa estradiol/testosterona ao seu aparecimento3. A ginecomastia é um problema relativamente comum na população masculina, afetando cerca de ⅓ dos homens2.
A PRODUÇÃO DE TESTOSTERONA
Para que haja produção de testosterona pelos testículos, é necessário um estímulo que parte do hipotálamo. O GnRH, produzido no hipotálamo, estimula a hipófise a secretar dois hormônios chamados FSH e LH e, finalmente, haverá estímulo à produção da testosterona4.
CONFUSÃO HORMONAL
Quando utilizados sem critério, os esteróides anabolizantes podem causar sérios efeitos colaterais. O uso de anabolizantes inibe a produção do GnRH, que acaba reduzindo de tabela a produção de testosterona. Além disso, parte do andrógeno (hormônio masculino), acaba sendo convertida em estrógenos (hormônio feminino) pelo complexo enzimático denominado aromatase5.
O QUE FAZER?
Como já fora dito, a ginecomastia ocorre pelo desbalanço na relação testosterona/estrogênio, sendo mais comum ocorrer no pós-ciclo. Nessa fase, haverá grande supressão na produção endógena (pelo próprio organismo) de testosterona, bem como de metabólitos dos esteroides suscetíveis à aromatização, ou seja, conversão a estrógenos6.
A droga de escolha é o tamoxifeno, que, além de estimular o organismo a produzir testosterona, bloqueia receptores mamários de estrogênio, podendo, portanto, tratar a ginecomastia6.
Entretanto, se persistir por mais de um ano, é possível que já não responda a tratamento farmacológico. Nesse caso, o tratamento cirúrgico será o de escolha6.
O QUE NÃO FAZER?
Suplementos como tribulus terrestris e saw palmetto não têm nenhum benefício e podem até piorar o quadro. Recomenda-se a suspensão desses. O uso da finasterida para tratar alopécia (calvície) também deve ser evitado6.
QUAL A POSIÇÃO DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA DO BRASIL?
Em seu Parecer 19/13, o Conselho Federal de Medicina (CFM), órgão responsável por fiscalizar a atividade médica no Brasil, à semelhança da Ordem dos Médicos de Portugal, não encontrou subsídios científicos que justificassem a prescrição de esteróides anabolizantes para fins estritamente estéticos.
Nesse documento, o CFM concluiu “não haver evidências científicas para o seu uso, não sendo eticamente aceita a sua prescrição e administração, com os consequentes efeitos colaterais”1.
Legenda:
CFM - Conselho Federal de Medicina
FSH - hormônio folículo estimulante
GnRH - hormônio liberador de gonadotrofina
LH - hormônio luteinizante
Autor: Rodrigo Dias
➤ Mostrar/Ocultar Referências!
- CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Parecer CFM 19/13. Disponível em <http://www.portalmedico.org.br/pareceres/CFM/2013/19_2013.pdf>. Acesso em 26/10/2015.
- FAGERLUND A., et al. Gynecomastia: A systematic review. J Plast Surg Hand Surg, n.7, p.1-8, 2015.
- NUTTAL, Fran Q., WARRIER, Rohit S., GANNON, Mary C.Gynecomastia and drugs: a critical evaluation of the literature. Eur J Clin Pharmacol, n.71, p.569-578, 2015.
- NATURE REVIEWS UROLOGY. Disponível em <http://www.nature.com/nrurol/journal/v10/n1/fig_tab/nrurol.2012.234_F1.html>. Acesso em 26/10/2015.
- JOSEPH, Jan Felix; PARR, Maria Kristina. Synthetic Androgens as Designer Supplements. Current Neuropharmacology, n. 13, p.89-100, 2015.
- RAHNEMA, Cyrus et al. Anabolic steroid-induced hypogonadism: diagnosis and treatment. Fertility and Sterilitu, v.101, n.5 p.271-1277.
- TUA SAÚDE. Disponível em <http://www.tuasaude.com/ginecomastia/>. Acesso em 26/10/2015.
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