Avançar para o conteúdo principal

Devemos ingerir a maior % das calorias de manhã?

Quase todos nós conhecemos indivíduos que não passam sem ingerir uma boa quantidade de calorias ao pequeno-almoço e outros que não comem quase nada durante a manhã e cuja primeira refeição do dia é o almoço.

Na verdade, o hábito de “saltar” o pequeno-almoço parece estar a tornar-se mais habitual nos países ocidentais(1), verificando-se que cerca de 36% da população do Reino Unido por vezes não ingere ou até evita tomar o pequeno-almoço(2).

Boa parte daqueles que evitam o pequeno-almoço fazem-no com a intenção de perder peso(3); Infelizmente verificou-se que, a longo prazo, isso não parece acontecer(4), havendo um aumento da ingestão de energia na refeição seguinte bem como outras adaptações compensatórias(5).

Mas será realmente importante tomar o pequeno almoço? Será que precisamos de ingerir mais calorias de manhã?

É importante tomar o pequeno almoço?

Índice de massa corporal

Para começar, e embora ainda não se conheçam os mecanismos exatos, vários estudos indicam que o hábito de “saltar” o pequeno-almoço está associado a um índice de massa corporal mais elevado em todas as faixas etárias. (6) bem como um maior risco de diabetes tipo 2(7) e doenças cardiovasculares(8).

Já a ingestão habitual do pequeno almoço está associada à manutenção de um peso corporal mais saudável.(9)

Ritmo metabólico

A ingestão do pequeno almoço parece aumentar o ritmo metabólico em repouso ao longo de toda a manhã, em comparação com a não ingestão desta refeição(10-12).

Verificou-se ainda que, a não ingestão do pequeno-almoço, durante 6 semanas consecutivas, pode provocar uma redução da atividade física de baixa intensidade e, consequentemente, uma diminuição do gasto energético associado, em comparação com a ingestão do pequeno-almoço(13).

Atenção, memória e atividade física

Em crianças e adolescentes a toma de um pequeno-almoço “volumoso” e de um lanche “substancial” às 10:00 da manhã proporcionou uma melhoria do nível de atenção, da capacidade de memória e ainda um aumento da vontade de participar em atividades físicas(14).

Performance atlética

Está bem estabelecido que a ingestão da quantidade adequada de carboidratos é um dos aspetos nutricionais mais importantes para aqueles que procuram maximizar a sua performance atlética(15, 16).

Um grande número de estudos demonstram que, em comparação com a realização de exercício após o jejum nocturno, a ingestão de carboidratos de manhã, antes do exercício pode melhorar significativamente a performance. (5, 17)

Este efeito potenciador da performance dos carboidratos devem-se, provavelmente, ao facto do jejum nocturno reduzir as reservas de glicogénio, obervando-se uma redução de 40% do glicogénio hepático.(18)

Verifica-se ainda que a ingestão de um pequeno-almoço rico em carboidratos repõe os níveis de glicogénio hepático e aumenta em 11-17% as concentrações de glicogénio muscular(19, 20).

Estes dados reforçam a importância de um pequeno almoço rico em carboidratos, sobretudo para os atletas e indivíduos fisicamente ativo pois a sua não ingestão poderá limitar a quantidade de glicogénio disponível para suportar a máxima performance desportiva(21).

A evidência atual sugere que, aqueles que pretendem realizar exercício de manhã e precisam de render ao máximo, deverão tomar o pequeno-almoço entre 1 a 4 horas antes(5).

Outro estudo verificou que a omissão do pequeno-almoço parece prejudicar a performance desportiva, mesmo tendo os voluntários treinado no período da tarde (às 17:00) (22).

Os voluntários que não ingeriram o pequeno-almoço sofrerem uma redução de 4-5% do trabalho total completado num teste de performance despostivo, mesmo apesar de terem ingerido o lanche da manhã e o mesmo nº total de calorias que o grupo que tomou o pequeno-almoço.(22)

É melhor ingerir a maior parte das calorias de manhã?

A forma como distribuímos as calorias ao longo do dia pode efetivamente influenciar a composição corporal.

Para começar, vários estudos verificaram que aqueles que não ingerem o pequeno-almoço e ingerem mais comida ao final do dia têm um risco aumentado de obesidade(23-29).

Também se verificou que os indivíduos obesos tendem a comer menos de manhã e mais à tarde e final do dia do que os indivíduos magros(26, 27, 30, 31).

Um estudo testou o efeito de duas dietas pobres em calorias na perda de peso em mulheres com excesso de peso e obesas, durante 3 meses(32).

  • Uma dieta proporcionou uma maior percentagem das calorias de manhã, com 70% ao pequeno-almoço, lanche da manhã e almoço, e 30% das calorias no lanche da tarde e jantar.
  • A outra forneceu uma quantidade mais reduzida, com 55% ao pequeno-almoço, lanche da manhã e almoço, e 45% das calorias no lanche da tarde e jantar.

Embora todas as voluntárias tenham perdido peso, as que ingeriram 70% das calorias de manhã perderam mais 1,7 kg de peso, mais gordura e mais 2 cm de circunferência da cintura do o grupo que ingeriu 55% das caloias de manhã(32).

Num estudo mais antigo verificou-se que a ingestão de uma maior % de calorias ao pequeno-almoço gera uma maior perda de peso. embora a ingestão da maior % das calorias ao jantar tenha preservado uma maior quantidade de massa magra(33).

Um outro estudo seguiu 1245 adultos de meia idade durante 6 anos e concluiu que a ingestão de uma maior quantidade da energia ao jantar está associada a aumento do risco de obesidade, síndrome metabólica e fígado gordo não alcoólico(34).

Dois estudos mais recente concluiram que a ingestão da maior parte da energia ao almoço está associada a um menor risco de ter excesso de peso, enquanto a ingestão de mais energia ao jantar associa-se a um maior risco(35, 36).

Porque poderia ser melhor ingerir a maior % das calorias de manhã?

Sensibilidade à insulina: O nível de sensibilidade à insulina é maior de manhã e menor no final do dia.  Isso ficou comprovado num estudo no qual os voluntários receberam uma infusão constante de glicose ao longo de 24 horas. (37)

Apesar da infusão constante, observaram-se grandes oscilações dos níveis de glicose e de insulina em todos os voluntários, sendo que os níveis de glicose subiram de forma progressiva desde final do dia até atingirem o valor máximo a meio da noite.

Verifica-se ainda que a tolerância à glicose aumentou a partir do final da noite até de manhã cedo, mantendo-se durante o período da manhã e até ao final da tarde, tal como pode ver na tabela abaixo(37).

Glicocorticóides: Os níveis de cortisol, epinefrina e noradrenalina (glicocorticóides) também são mais elevados ao amanhecer e durante a manhã do que durante o resto do dia, tal como pode ver na tabela abaixo(38).

Verificou-se ainda que os glicocorticóides promovem um aumento do dispêndio energético (39,40), o poderá implicar um ritmo metabólico mais acelerado durante o período da manhã.

Para além disso, também são hormonas catabólicas e provavelmente seria adequado ingerir uma maior quantidade de nutrientes e de proteína nas horas iniciais do dia, até para contrariar os efeitos proteolíticos que o cortisol exerce no tecido muscular esquelético(40).

Resposta térmica à glicose: A resistência à insulina provoca uma diminuição do efeito térmico da glicose(41), o que significa que a maior resistência à insulina que habitualmente se verifica no final do dia pode ser responsável por uma diminuição do efeito térmico da glicose(34).

Termogénese induzida pela dieta: Também se verificou que a termogénese induzida pela dieta é significativamente mais elevada após a ingestão de uma refeição 9:00 da manhã, em comparação com a ingestão da mesma refeição à tarde (17:00) ou à noite (01:00)(42).

Oxidação de gordura: A ingestão de refeições no período nocturno tem vindo a ser associada a uma menor oxidação de gordura, o que poderia promover o aumento de peso(43).

Esvaziamento gástrico: A ingestão de uma refeição ao final do dia (20:00) tem como efeito um esvaziamento gástrico cerca de 53,6% superior em comparação a ingestão de uma refeição de manhã (8:00).(44) Isto poderá ter como efeito uma maior absorção de micronutrientes nas refeições realizadas ao final do dia.

Conclusão

O ritmo circadiano parece realmente influenciar o metabolismo energético do ser humano(42)   e as refeições que efetuamos ao longo do dia, bem como a % da energia que ingerimos em cada uma poderá efetivamente influenciar a nossa composição corporal(32) o desempenho físico(21) e intelectual(22).

Em conclusão, e de acordo com os estudos indicados neste artigo, pode-se afirmar que há atualmente literatura científica que suporta a importância de ingerir o pequeno almoço bem como a ingestão da maior parte da energia durante o período da manhã(9).

➤ Mostrar/Ocultar Referências!
  1. Haines PS, Guilkey DK, Popkin BM. Trends in breakfast consumption of US adults between 1965 and 1991. Journal of the American Dietetic Association. 1996; 96(5):464-70.
  2. Reeves S, Halsey LG, McMeel Y, Huber JW. Breakfast habits, beliefs and measures of health and wellbeing in a nationally representative UK sample. Appetite. 2013; 60(1):51-7.
  3. Zullig K, Ubbes VA, Pyle J, Valois RF. Self-reported weight perceptions, dieting behavior, and breakfast eating among high school adolescents. The Journal of school health. 2006; 76(3):87-92.
  4. Dhurandhar EJ, Dawson J, Alcorn A, Larsen LH, Thomas EA, Cardel M, et al. The effectiveness of breakfast recommendations on weight loss: a randomized controlled trial. The American journal of clinical nutrition. 2014; 100(2):507-13.
  5. Clayton DJ, James LJ. The effect of breakfast on appetite regulation, energy balance and exercise performance. The Proceedings of the Nutrition Society. 2016; 75(3):319-27.
  6. Goyal R, Julka S. Impact of breakfast skipping on the health status of the population. Indian Journal of Endocrinology and Metabolism. 2014; 18(5):683-87.
  7. Mekary RA, Giovannucci E, Willett WC, van Dam RM, Hu FB. Eating patterns and type 2 diabetes risk in men: breakfast omission, eating frequency, and snacking. The American journal of clinical nutrition. 2012; 95(5):1182-9.
  8. Cahill LE, Chiuve SE, Mekary RA, Jensen MK, Flint AJ, Hu FB, et al. Prospective study of breakfast eating and incident coronary heart disease in a cohort of male US health professionals. Circulation. 2013; 128(4):337-43.
  9. Leidy HJ, Gwin JA, Roenfeldt CA, Zino AZ, Shafer RS. Evaluating the Intervention-Based Evidence Surrounding the Causal Role of Breakfast on Markers of Weight Management, with Specific Focus on Breakfast Composition and Size. Advances in nutrition (Bethesda, Md). 2016; 7(3):563s-75s.
  10. Martin A, Normand S, Sothier M, Peyrat J, Louche-Pelissier C, Laville M. Is advice for breakfast consumption justified? Results from a short-term dietary and metabolic experiment in young healthy men. The British journal of nutrition. 2000; 84(3):337-44.
  11. Clayton DJ, Stensel DJ, James LJ. Effect of breakfast omission on subjective appetite, metabolism, acylated ghrelin and GLP-17-36 during rest and exercise. Nutrition (Burbank, Los Angeles County, Calif). 2016; 32(2):179-85.
  12. Thomas EA, Higgins J, Bessesen DH, McNair B, Cornier MA. Usual breakfast eating habits affect response to breakfast skipping in overweight women. Obesity (Silver Spring, Md). 2015; 23(4):750-9.
  13. Betts JA, Richardson JD, Chowdhury EA, Holman GD, Tsintzas K, Thompson D. The causal role of breakfast in energy balance and health: a randomized controlled trial in lean adults. The American journal of clinical nutrition. 2014
  14. Vermorel M, Bitar A, Vernet J, Verdier E, Coudert J. The extent to which breakfast covers the morning energy expenditure of adolescents with varying levels of physical activity. European journal of clinical nutrition. 2003; 57(2):310-5.
  15. Cermak NM, van Loon LJ. The use of carbohydrates during exercise as an ergogenic aid. Sports medicine (Auckland, NZ). 2013; 43(11):1139-55.
  16. Ormsbee MJ, Bach CW, Baur DA. Pre-Exercise Nutrition: The Role of Macronutrients, Modified Starches and Supplements on Metabolism and Endurance Performance. Nutrients. 2014; 6(5):1782-808.
  17. Chryssanthopoulos C, Williams C, Nowitz A, Kotsiopoulou C, Vleck V. The effect of a high carbohydrate meal on endurance running capacity. International journal of sport nutrition and exercise metabolism. 2002; 12(2):157-71.
  18. Nilsson LH, Hultman E. Liver glycogen in man--the effect of total starvation or a carbohydrate-poor diet followed by carbohydrate refeeding. Scandinavian journal of clinical and laboratory investigation. 1973; 32(4):325-30.
  19. Chryssanthopoulos C, Williams C, Nowitz A, Bogdanis G. Skeletal muscle glycogen concentration and metabolic responses following a high glycaemic carbohydrate breakfast. Journal of sports sciences. 2004; 22(11-12):1065-71.
  20. Wee SL, Williams C, Tsintzas K, Boobis L. Ingestion of a high-glycemic index meal increases muscle glycogen storage at rest but augments its utilization during subsequent exercise. Journal of applied physiology (Bethesda, Md : 1985). 2005; 99(2):707-14.
  21. Coyle EF, Coggan AR. Effectiveness of carbohydrate feeding in delaying fatigue during prolonged exercise. Sports medicine (Auckland, NZ). 1984; 1(6):446-58.
  22. Clayton DJ, Barutcu A, Machin C, Stensel DJ, James LJ. Effect of Breakfast Omission on Energy Intake and Evening Exercise Performance. Medicine and science in sports and exercise. 2015; 47(12):2645-52.
  23. De La Hunty A, Ashwell M. Are people who regularly eat breakfast cereals slimmer than those who don’t? A systematic review of the evidence. Nutrition Bulletin. 2007; 32(2):118-28.
  24. Szajewska H, Ruszczynski M. Systematic review demonstrating that breakfast consumption influences body weight outcomes in children and adolescents in Europe. Critical reviews in food science and nutrition. 2010; 50(2):113-9.
  25. Purslow LR, Sandhu MS, Forouhi N, Young EH, Luben RN, Welch AA, et al. Energy intake at breakfast and weight change: prospective study of 6,764 middle-aged men and women. American journal of epidemiology. 2008; 167(2):188-92.
  26. Berkey CS, Rockett HR, Gillman MW, Field AE, Colditz GA. Longitudinal study of skipping breakfast and weight change in adolescents. International journal of obesity and related metabolic disorders : journal of the International Association for the Study of Obesity. 2003; 27(10):1258-66.
  27. Bellisle F, Rolland-Cachera MF, Deheeger M, Guilloud-Bataille M. Obesity and food intake in children: evidence for a role of metabolic and/or behavioral daily rhythms. Appetite. 1988; 11(2):111-8.
  28. Barton BA, Eldridge AL, Thompson D, Affenito SG, Striegel-Moore RH, Franko DL, et al. The relationship of breakfast and cereal consumption to nutrient intake and body mass index: the National Heart, Lung, and Blood Institute Growth and Health Study. Journal of the American Dietetic Association. 2005; 105(9):1383-9.
  29. Albertson AM, Franko DL, Thompson D, Eldridge AL, Holschuh N, Affenito SG, et al. Longitudinal patterns of breakfast eating in black and white adolescent girls. Obesity (Silver Spring, Md). 2007; 15(9):2282-92.
  30. Fricker J, Giroux S, Fumeron F, Apfelbaum M. Circadian rhythm of energy intake and corpulence status in adults. International journal of obesity. 1990; 14(5):387-93.
  31. Berteus Forslund H, Lindroos AK, Sjostrom L, Lissner L. Meal patterns and obesity in Swedish women-a simple instrument describing usual meal types, frequency and temporal distribution. European journal of clinical nutrition. 2002; 56(8):740-7.
  32. Lombardo M, Bellia A, Padua E, Annino G, Guglielmi V, D'Adamo M, et al. Morning meal more efficient for fat loss in a 3-month lifestyle intervention. Journal of the American College of Nutrition. 2014; 33(3):198-205.
  33. Keim NL, Van Loan MD, Horn WF, Barbieri TF, Mayclin PL. Weight loss is greater with consumption of large morning meals and fat-free mass is preserved with large evening meals in women on a controlled weight reduction regimen. The Journal of nutrition. 1997; 127(1):75-82.
  34. Bo S, Musso G, Beccuti G, Fadda M, Fedele D, Gambino R, et al. Consuming More of Daily Caloric Intake at Dinner Predisposes to Obesity. A 6-Year Population-Based Prospective Cohort Study. PLoS ONE. 2014; 9(9):e108467.
  35. Madjd A, Taylor MA, Delavari A, Malekzadeh R, Macdonald IA, Farshchi HR. Beneficial effect of high energy intake at lunch rather than dinner on weight loss in healthy obese women in a weight-loss program: a randomized clinical trial. The American Journal of Clinical Nutrition. 2016
  36. Wang JB, Patterson RE, Ang A, Emond JA, Shetty N, Arab L. Timing of energy intake during the day is associated with the risk of obesity in adults. Journal of human nutrition and dietetics : the official journal of the British Dietetic Association. 2014; 27 Suppl 2:255-62.
  37. Van Cauter E, Desir D, Decoster C, Fery F, Balasse EO. Nocturnal decrease in glucose tolerance during constant glucose infusion. The Journal of clinical endocrinology and metabolism. 1989; 69(3):604-11.
  38. Dimitrov S, Benedict C, Heutling D, Westermann J, Born J, Lange T. Cortisol and epinephrine control opposing circadian rhythms in T cell subsets [10.1182/blood-2008-11-190769]. Blood. 2009; 113(21):5134.
  39. Tataranni PA, Larson DE, Snitker S, Young JB, Flatt JP, Ravussin E. Effects of glucocorticoids on energy metabolism and food intake in humans. American Journal of Physiology - Endocrinology And Metabolism. 1996; 271(2):E317.
  40. Brillon DJ, Zheng B, Campbell RG, Matthews DE. Effect of cortisol on energy expenditure and amino acid metabolism in humans. The American journal of physiology. 1995; 268(3 Pt 1):E501-13.
  41. Ravussin E, Acheson KJ, Vernet O, Danforth E, Jequier E. Evidence that insulin resistance is responsible for the decreased thermic effect of glucose in human obesity. The Journal of clinical investigation. 1985; 76(3):1268-73.
  42. Romon M, Edme JL, Boulenguez C, Lescroart JL, Frimat P. Circadian variation of diet-induced thermogenesis. The American journal of clinical nutrition. 1993; 57(4):476-80.
  43. Gluck ME, Venti CA, Salbe AD, Votruba SB, Krakoff J. Higher 24-h respiratory quotient and higher spontaneous physical activity in nighttime eaters. Obesity (Silver Spring, Md). 2011; 19(2):319-23.
  44. Goo RH, Moore JG, Greenberg E, Alazraki NP. Circadian variation in gastric emptying of meals in humans. Gastroenterology. 1987; 93(3):515-8.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Quanta proteína é possível absorver por refeição?

Dentre a série de tópicos relativamente controversos englobados no mundo da nutrição temos a questão da quantidade de proteína que o corpo humano consegue absorver no seguimento de uma dada refeição. Relacionado com a mesma temática, temos a questão da definição da quantidade de proteína que idealmente se deve ingerir após a execução de um treino resistido, com vista a maximizar a síntese de proteína muscular. Estudos publicados até há poucos anos concluíram que a ingestão de 20 a 25 g de proteína de boa qualidade (whey, proteína do leite, ou proteína de ovo) após um treino de musculação direcionado à musculatura dos membros inferiores seria o suficiente para maximizar a síntese de proteína muscular em adultos jovens e saudáveis, sendo que em doses superiores os aminoácidos “excedentários” seriam simplesmente oxidados. 1,2   Entretanto, em 2016, os autores Macnaughton et al. 3 verificaram que a suplementação com 40 g de proteína whey após uma sessão de treino de musculação de corpo i

Os Suplementos Termogénicos Funcionam?

A obesidade encontra-se classificada como uma doença crónica cuja prevalência tem vindo a aumentar ao ponto de atualmente ser considerada uma pandemia. ¹ Atualmente, verifica-se que a maioria da população europeia (60%) encontra-se na categoria de pré-obesidade, ou obesidade. ¹ Em Portugal o cenário é relativamente similar, com 57,1% dos indivíduos a apresentar um índice de massa corporal ≥25 kg/m². ²   Logicamente, esta população numerosa representa um mercado apetecível para as empresas envolvidas na produção e/ou comercialização de suplementos alimentares, que ambicionem aumentar as suas vendas.  Do conjunto de suplementos direcionados para a perda de peso/gordura, destacam-se os termogénicos, os quais, supostamente, promovem um aumento da lipólise através de um aumento do metabolismo, induzido por determinados compostos presentes nesses suplementos.  Mas será que os suplementos termogénicos efetivamente facilitam a perda de peso ou de gordura em indivíduos pré-obesos ou obesos?  Cl

É Melhor Perder Peso de Forma Rápida ou Lenta?

A perda de gordura pode proporcionar vários benefícios para a saúde daqueles que têm excesso de peso. ¹⁻² e é uma necessidade imperativa para atletas de determinados desportos e para aqueles que participam em competições de culturismo e similares.³ No entanto, independentemente do ritmo a que se perde peso, há uma série de consequências negativas que são praticamente impossíveis de evitar. Esses efeitos indesejáveis incluem a diminuição da taxa metabólica basal em repouso,⁴ dos níveis de testosterona,⁵ perda de massa magra,⁶ e diminuição da força muscular.⁷⁻⁸ De forma a minimizar esses efeitos negativos, são muitos aqueles que evitam as dietas mais drásticas, do tipo yo-yo e que, em vez disso, aconselham uma perda de peso lenta, por exemplo, de 0,5 kg de peso corporal, por semana.³ O que diz a ciência? Já foram conduzidos variados estudos que procuraram determinar qual a velocidade de perda de peso que melhor preserva a taxa metabólica, a massa magra, bem como os níveis de testosterona