O uso de quantidades expressivas de testosterona e compostos derivados, com o intuito de promover ganhos de força e a hipertrofia muscular, aumenta significativamente o risco de diversos problemas de saúde, inclusive de doenças cardiovasculares.
Por outro lado, o défice comprovado desta hormona (hipogonadismo), e a diminuição significativa dos seus níveis, tal como acontece no envelhecimento, associa-se a uma série de problemas de saúde e uma diminuição do bem-estar.
A terapia de substituição hormonal, no contexto do qual é administrada ao paciente uma dose de testosterona suficiente para elevar os níveis até valores considerados normais, será um dos candidatos mais fortes para resolver o hipogonadismo.
No entanto, desde cedo surgiram vozes contrárias à utilização de testosterona nesse contexto, devido a um suposto aumento do risco de doenças cardiovasculares.
Recentemente, um grupo de investigadores pretendeu descobrir se a terapêutica com testosterona no tratamento do hipogonadismo está associada a maior risco de condições cardiovasculares e outras causas de mortalidade.
Com esse objetivo em mente, conduziram uma meta-análise que incluiu 17 estudos, os quais incluíram um total de 3431 participantes com hipogonadismo, com uma idade média de 65 anos.
A duração tratamento com testosterona variou entre 12 semanas até 3 anos, numa duração média de 9,5 meses.
Neste trabalho verificou-se que:
- O tratamento com testosterona não teve efeitos adversos na pressão arterial ou marcadores de glicemia.
- Apesar de um ligeiro aumento do hematócrito, não aumentou o risco de eventos trombóticos.
- O risco de eventos cardiovasculares foi similar entre o tratamento com testosterona e o uso de um placebo.
- Numa análise posterior, registou-se uma diminuição do risco de eventos cardiovasculares e cerebrovasculares com o tratamento com testosterona quando os níveis de testosterona livre se situaram entre os 180 e 220 pmol/L.
- Os níveis séricos de colesterol total e de triglicerídeos foram significativamente inferiores para aqueles que foram tratados com testosterona.
Estes autores concluíram:
Não encontramos evidência de que a terapia de substituição hormonal com testosterona aumente o risco cardiovascular a curto e a médio-prazo.
São necessários mais dados para avaliar a segurança da testosterona a longo-prazo.
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