Avançar para o conteúdo principal

6 razões para evitar os refrigerantes e bebidas açucaradas

O consumo de refrigerantes tem vindo a aumentar nas últimas décadas e esse aumento foi acompanhado por um aumento da prevalência do excesso de peso e da obesidade, especialmente nos países ocidentais mais desenvolvidos, tal como os EUA (1).

É compreensível que a maioria das pessoas considere a ingestão de bebidas adoçadas mais apelativa, mais interessante e mais agradável ao paladar do que outras bebidas sem sabor, como a água, no entanto a sua ingestão habitual poderá implicar sérios problemas para a saúde.

A literatura científica indica que o consumo de bebidas com açúcar adicionado está associado a um aumento significativo da probabilidade de ter excesso de peso e esse risco é mais elevado naqueles que ingerem maiores quantidades de refrigerantes (2).

Na verdade, verificou-se que, em comparação com aquelas que não ingerem as ingerem, as crianças que bebem 5 bebidas adoçadas por semana têm uma probabilidade 3.5 vezes mais elevada de se tornarem obesas (3) e os adultos que ingerem 1 bebida adoçada por dia têm um risco 27% mais elevado (4).

Mas, para além disso, o consumo regular de bebidas açucaradas implica vários outros problemas que afetam a saúde e o bem-estar, os quais irei descrever neste arigo.

6 razões para evitar os refrigerantes e bebidas açucaradas

Apetite

A ingestão de bebidas que incluem açúcar na sua composição afigura-se especialmente problemática para aqueles que têm problemas em controlar o apetite e que também desejam evitar o aumento de peso.

Comprovou-se que, de uma forma geral, a ingestão de alimentos sólidos e semi-sólidos provoca um aumento da saciedade que leva a uma redução compensatória do apetite e da quantidade de outros alimentos ingeridos após essa refeição e ao longo do dia.

No entanto, as bebidas açucaradas não parecem conduzir a uma redução significativa do apetite, o que leva as pessoas a aumentar a sua ingestão diária de calorias quando ingerem esse tipo de bebidas, o que conduz a um aumento significativo do peso corporal (5-7).

Diabetes tipo II

A frutose, que juntamente com a glicose forma a sacarose, parece ser a principal responsável por provocar efeitos negativos ao nível do metabolismo que conduzem ao aumento da resistência à insulina e a um maior risco de diabetes tipo II e vários estudos comprovam que as bebidas açucaradas contribuem para a obesidade e diabetes tipo II (8, 9).

Uma meta-análise publicada em 2010 concluiu que as bebidas açucaradas estão claramente associadas a um maior risco de diabetes tipo II e da síndrome metabólica, o que poderia ser explicado, pelo menos em parte, pelo aporte energético extra e pelo aumento da gordura corporal a que este tipo de bebidas pode conduzir (10).

Noutra meta-análise, mais recente, ficou igualmente comprovado que o consumo habitual de bebidas açucaradas, incluindo sumos de fruta, está associada a uma maior incidência de diabetes tipo II, sendo que esse efeito é independente da adiposidade (11).

Pelo contrário, a redução da ingestão de bebidas açucaradas, mesmo quando não é acompanhada por uma melhoria da dieta ou por aumento da atividade física, está associado a uma redução significativa do risco de diabetes tipo II (12).

Fígado gordo (Esteatose hepática não alcoólica)

O número de casos de Esteatose hepática não alcoólica tem vindo a aumentar de forma paralela ao aumento do consumo de refrigerantes e outras bebidas adoçadas com açúcar.

Há muitas pessoas que não sabem isso, mas a frutose é metabolizada principalmente pelo fígado e a sua ingestão excessiva está associada a um aumento da gordura hepática, da inflamação hepática, da fibrose no fígado e a ingestão de bebidas açucaradas está relacionada com uma maior prevalência desta doença do fígado, que é a mais comum nos indivíduos adultos (13, 14).

Recorde que a sacarose é um dissacarídeo formado pela combinação de 1 molécula de glicose com 1 molécula de frutose. Durante o processo de digestão, estas 2 moléculas separam-se. Portanto, metade do açúcar presente nos refrigerantes e sumos de fruta é composto por frutose, sendo a outra metade constituída por glicose.

Gota

Vários estudos sugerem que a ingestão de bebidas açucaradas e/ou que incluem frutose na sua composição, incluindo sumos de fruta, está associada a um aumento significativo do risco de gota, sobretudo nos homens, mas também em mulheres (15, 16).

Os refrigerantes adoçados com açúcar são especialmente problemáticos pois a frutose provoca um aumento rápido dos níveis de ácido úrico no sangue, o que por sua vez aumenta o risco de sofrer de gota (17).

Portanto, para além das tradicionais recomendações de reduzir o consumo de álcool e de alimentos ricos em purinas (carnes e peixe) (18), aqueles que sofrem de gota, ou que estão em risco de sofrer desta condição, deverão também reduzir a ingestão de bebidas e alimentos que incluem sacarose e frutose na sua composição (15).

Cáries e erosão dentária

A ingestão de refrigerantes, bebidas desportivas, bebidas energéticas, sumos e outras bebidas adoçadas com açúcar contribui de forma significativa para o aumento do risco de cáries dentárias (19).

Essas bebidas são especialmente problemáticas devido ao seu elevado nível de acidez, que se traduz numa maior remoção de cálcio do esmalte e da raiz dos dentes e, consequentemente, numa aceleração da erosão dentária (20).

Hiperatividade e distúrbios mentais

Um estudo realizado na Noruega comprovou que o consumo de alguns tipos de bebidas açucaradas, incluindo bebidas desportivas, bebidas energéticas e café com açúcar, aumenta o risco de hiperatividade.

Para ser mais preciso, observou-se um aumento de 14% do risco de hiperatividade por cada bebida açucarada ingerida e aqueles que ingeriram bebidas energéticas de forma habitual tinham um risco 66% mais elevado de sofrer de hiperatividade (21).

Em outro estudo verificou-se que a ingestão frequente de bebidas açucaradas está fortemente associada a uma maior prevalência de problemas mentais, incluindo distúrbios mentais, hiperatividade e problemas de conduta (22).

Verificou-se ainda que, nos adolescentes, o consumo habitual de refrigerantes (mais de 5 latas/semana) está associado a uma maior tendência para comportamentos violentos (23).

Outros efeitos negativos

Para além do que já foi aqui referido, e como poderá imaginar, o consumo de bebidas açucaradas está ainda associado a aumento do risco de síndrome metabólica e de problemas cardiovasculares, em parte derivado do aumento do peso provocado pelas bebidas açucaradas, mas também pelos efeitos negativos que a ingestão excessiva de frutose tem no ser humano, incluindo um aumento dos níveis de triglicerídeos no sangue (24) e ainda um aumento dos níveis de vários marcadores inflamatórios (25).

Refrigerantes e bebidas com edulcorantes, são uma alternativa viável?

Este é um tema que divide opiniões, mesmo entre os especialistas, mas são vários os estudos que provam que a utilização de bebidas adoçadas com edulcorantes não calóricos, como o aspartamo, proporciona vantagens em comparação com as bebidas açucaradas e ajudam na redução do peso e na melhoria de vários aspetos da saúde.

  1. Num estudo comparou-se a ingestão de bebidas e alimentos adoçados com sacarose (açúcar de mesa), com bebidas e alimentos adoçados com edulcorantes artificiais, incluindo aspartamo, acesulfame K, ciclamato sódico e sacarina (26).

Os voluntários eram indivíduos obesos com idades entre os 20 e 50 anos e as bebidas consistiram em refrigerantes como a Coca Cola, Sprite, Fanta, vários tipos de sumo de fruta e entre os alimentos sólidos encontramos vários tipos de iogurte, marmelada, sorvete e frutas adoçadas.

No final de 10 semanas verificou-se que o grupo que ingeriu bebidas e alimentos adoçados com sacarose ingeriu um maior nº de Kcal e obteve um aumento significativo do peso corporal (1.6 kg), da massa adiposa (1.3 kg) e da tensão arterial.

Em contrapartida, o grupo que ingeriu os mesmos alimentos e bebidas adoçados com edulcorantes obteve uma redução significativa desses mesmos valores, incluindo uma redução de 1 kg do peso corporal e de 0.3 kg da gordura corporal.

  1. Noutro estudo, que contou com a participação de 47 voluntários, estes foram divididos em 4 grupos, sendo que 1 deles ingeriu 1 litro de Cola, outro grupo ingeriu 1 litro de Cola adoçada com aspartamo, outro ingeriu 1 litro de leite magro e um outro grupo ingeriu 1 litro de água (27).

No final de 6 meses, o grupo que ingeriu o refrigerante de Cola normal mostrou uma tendência para um aumento do peso corporal, tendo ganho 1.25 kg, um aumento da gordura visceral, gordura muscular, gordura no fígado, níveis mais elevados de triglicerídeos, de colesterol e ainda da tensão arterial sistólica, em comparação com os grupos que ingeriram as outras bebidas.

Os investigadores comentaram ainda que a bebida de Cola adoçada com edulcorantes teve efeitos semelhantes aos da água.

  1. Num estudo mais antigo, os investigadores administraram a voluntários com um peso normal 1150 ml de refrigerante adoçado com xarope de milho, que tem uma composição praticamente idêntica à do açúcar de mesa, ou a mesma quantidade de refrigerante adoçada com aspartamo (28).

No final de três semanas foi possível observar uma diminuição significativa da ingestão de kcal em todos os voluntários que ingeriram o refrigerante adoçado com aspartamo e uma redução do peso corporal nos homens.

Em comparação, naqueles que ingeriram o refrigerante normal observou-se um aumento do nº de kcal ingeridas e do peso corporal, tanto nos homens como nas mulheres.

Riscos para a saúde

Em termos de riscos para a saúde, verificou-se ainda que a população jovem em Portugal não está em risco de exceder a ingestão diária recomendada de edulcorantes artificiais como o acesulfame-K, sacarina e aspartamo (29).

Edulcorantes como o aspartamo são muitas vezes criticados e desaconselhados devido a serem supostamente cancerígenos, no entanto, um estudo de revisão publicado este ano verificou que o aspartamo não tem efeitos cancerígenos relevantes (30).

Algumas instituições de saúde, como a American Heart Association e a American Diabetes Association referem ainda que os edulcorantes artificiais podem ajudar a reduzir o consumo de açúcar, diminuir a ingestão total de kcal, facilitar a perda de peso e melhor vários aspetos do metabolismo corporal (31).

Verificou-se ainda que a ingestão de bebidas adoçadas com edulcorantes não calóricos não aumenta o risco de gota nos homens (15).

Desta forma, em princípio a ingestão moderada desse tipo de substâncias não deverá constituir motivos de preocupação para a maioria da população. Ainda assim, a ingestão de bebidas adoçadas com edulcorantes, incluindo sacarina, sucralose e aspartamo poderá provocar alterações negativas ao nível da flora intestinal, que podem levar a um aumento do nível de intolerância à glicose (32).

Conclusão

A ingestão de refrigerantes e de outras bebidas adoçadas com açúcar aumenta o aporte diário de calorias sem uma redução do apetite, aumentando assim o risco de obesidade.

Embora muitos possam pensar o contrário, as bebidas energéticas, bebidas desportivas, ice tea e os sumos de fruta, mesmos os “naturais”, têm um efeito no organismo que é muito semelhante ao dos refrigerantes e de outras bebidas com açúcar.

Para além do excesso de peso, este tipo de bebidas parece aumentar o risco de diabetes, tensão arterial, marcadores inflamatórios, gordura visceral, gordura muscular, obesidade, doenças cardiovasculares, esteatose hepática não alcoólica, gota e cáries dentárias.

Por último, optar por bebidas adoçadas com edulcorantes poderá constituir uma alternativa viável e eficaz quando não é possível eliminar este tipo de bebidas da dieta ou substituí-las por água.

➤ Mostrar/Ocultar Referências!
  1. Duffey KJ, Popkin BM. Shifts in patterns and consumption of beverages between 1965 and 2002. Obesity (Silver Spring, Md). 2007; 15(11):2739-47.
  2. Malik VS, Schulze MB, Hu FB. Intake of sugar-sweetened beverages and weight gain: a systematic review. The American Journal of Clinical Nutrition. 2006; 84(2):274-88.
  3. Martin-Calvo N, Martinez-Gonzalez MA, Bes-Rastrollo M, Gea A, Ochoa MC, Marti A. Sugar-sweetened carbonated beverage consumption and childhood/adolescent obesity: a case-control study. Public health nutrition. 2014; 17(10):2185-93.
  4. Babey SH, Jones M, Yu H, Goldstein H. Bubbling over: soda consumption and its link to obesity in California. Policy brief (UCLA Center for Health Policy Research). 2009(Pb2009-5):1-8.
  5. Rolls BJ, Kim S, Fedoroff IC. Effects of drinks sweetened with sucrose or aspartame on hunger, thirst and food intake in men. Physiology & behavior. 1990; 48(1):19-26.
  6. Mattes RD, Campbell WW. Effects of food form and timing of ingestion on appetite and energy intake in lean young adults and in young adults with obesity. Journal of the American Dietetic Association. 2009; 109(3):430-7.
  7. Mourao DM, Bressan J, Campbell WW, Mattes RD. Effects of food form on appetite and energy intake in lean and obese young adults. International journal of obesity (2005). 2007; 31(11):1688-95.
  8. Stanhope KL. Role of Fructose-Containing Sugars in the Epidemics of Obesity and Metabolic Syndrome. Annual Review of Medicine. 2012; 63(1):329-43.
  9. Hu FB. Resolved: there is sufficient scientific evidence that decreasing sugar-sweetened beverage consumption will reduce the prevalence of obesity and obesity-related diseases. Obesity Reviews. 2013; 14(8):606-19.
  10. Malik VS, Popkin BM, Bray GA, Despres JP, Willett WC, Hu FB. Sugar-sweetened beverages and risk of metabolic syndrome and type 2 diabetes: a meta-analysis. Diabetes care. 2010; 33(11):2477-83.
  11. Imamura F, O’Connor L, Ye Z, Mursu J, Hayashino Y, Bhupathiraju SN, et al. Consumption of sugar sweetened beverages, artificially sweetened beverages, and fruit juice and incidence of type 2 diabetes: systematic review, meta-analysis, and estimation of population attributable fraction [10.1136/bmj.h3576]. BMJ. 2015; 351
  12. Bremer AA, Auinger P, Byrd RS. Relationship between insulin resistance-associated metabolic parameters and anthropometric measurements with sugar-sweetened beverage intake and physical activity levels in US adolescents: findings from the 1999-2004 National Health and Nutrition Examination Survey. Archives of pediatrics & adolescent medicine. 2009; 163(4):328-35.
  13. Vos MB, Lavine JE. Dietary fructose in nonalcoholic fatty liver disease. Hepatology (Baltimore, Md). 2013; 57(6):2525-31.
  14. Lim JS, Mietus-Snyder M, Valente A, Schwarz JM, Lustig RH. The role of fructose in the pathogenesis of NAFLD and the metabolic syndrome. Nature reviews Gastroenterology & hepatology. 2010; 7(5):251-64.
  15. Choi HK, Curhan G. Soft drinks, fructose consumption, and the risk of gout in men: prospective cohort study. BMJ : British Medical Journal. 2008; 336(7639):309-12.
  16. Choi HK, Willett W, Curhan G. Fructose-rich beverages and risk of gout in women. Jama. 2010; 304(20):2270-8.
  17. Bray GA. Energy and fructose from beverages sweetened with sugar or high-fructose corn syrup pose a health risk for some people. Advances in nutrition (Bethesda, Md). 2013; 4(2):220-5.
  18. Choi HK, Atkinson K, Karlson EW, Willett W, Curhan G. Purine-rich foods, dairy and protein intake, and the risk of gout in men. The New England journal of medicine. 2004; 350(11):1093-103.
  19. Bernabe E, Vehkalahti MM, Sheiham A, Aromaa A, Suominen AL. Sugar-sweetened beverages and dental caries in adults: a 4-year prospective study. Journal of dentistry. 2014; 42(8):952-8.
  20. Ehlen LA, Marshall TA, Qian F, Wefel JS, Warren JJ. Acidic beverages increase the risk of in vitro tooth erosion. Nutrition research (New York, NY). 2008; 28(5):299-303.
  21. Schwartz DL, Gilstad-Hayden K, Carroll-Scott A, Grilo SA, McCaslin C, Schwartz M, et al. Energy drinks and youth self-reported hyperactivity/inattention symptoms. Academic pediatrics. 2015; 15(3):297-304.
  22. Lien L, Lien N, Heyerdahl S, Thoresen M, Bjertness E. Consumption of Soft Drinks and Hyperactivity, Mental Distress, and Conduct Problems Among Adolescents in Oslo, Norway. American Journal of Public Health. 2006; 96(10):1815-20.
  23. Solnick SJ, Hemenway D. The ‘Twinkie Defense’: the relationship between carbonated non-diet soft drinks and violence perpetration among Boston high school students. Injury Prevention. 2011
  24. Cohen JC, Schall R. Reassessing the effects of simple carbohydrates on the serum triglyceride responses to fat meals. Am J Clin Nutr. 1988; 48(4):1031-4.
  25. Sorensen LB, Raben A, Stender S, Astrup A. Effect of sucrose on inflammatory markers in overweight humans. Am J Clin Nutr. 2005; 82(2):421-7.
  26. Raben A, Vasilaras TH, Moller AC, Astrup A. Sucrose compared with artificial sweeteners: different effects on ad libitum food intake and body weight after 10 wk of supplementation in overweight subjects. Am J Clin Nutr. 2002; 76(4):721-9.
  27. Maersk M, Belza A, Stodkilde-Jorgensen H, Ringgaard S, Chabanova E, Thomsen H, et al. Sucrose-sweetened beverages increase fat storage in the liver, muscle, and visceral fat depot: a 6-mo randomized intervention study. Am J Clin Nutr. 2012; 95(2):283-9.
  28. Tordoff MG, Alleva AM. Effect of drinking soda sweetened with aspartame or high-fructose corn syrup on food intake and body weight. The American Journal of Clinical Nutrition. 1990; 51(6):963-9.
  29. Diogo JS, Silva LS, Pena A, Lino CM. Risk assessment of additives through soft drinks and nectars consumption on Portuguese population: a 2010 survey. Food and chemical toxicology : an international journal published for the British Industrial Biological Research Association. 2013; 62:548-53.
  30. Mallikarjun S, Sieburth RM. Aspartame and Risk of Cancer: A Meta-analytic Review. Archives of environmental & occupational health. 2015; 70(3):133-41.
  31. Gardner C, Wylie-Rosett J, Gidding SS, Steffen LM, Johnson RK, Reader D, et al. Nonnutritive Sweeteners: Current Use and Health Perspectives: A Scientific Statement From the American Heart Association and the American Diabetes Association. Circulation. 2012; 126(4):509-19.
  32. Suez J, Korem T, Zeevi D, Zilberman-Schapira G, Thaiss CA, Maza O, et al. Artificial sweeteners induce glucose intolerance by altering the gut microbiota. Nature. 2014; 514(7521):181-6.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Os Suplementos Termogénicos Funcionam?

A obesidade encontra-se classificada como uma doença crónica cuja prevalência tem vindo a aumentar ao ponto de atualmente ser considerada uma pandemia. ¹ Atualmente, verifica-se que a maioria da população europeia (60%) encontra-se na categoria de pré-obesidade, ou obesidade. ¹ Em Portugal o cenário é relativamente similar, com 57,1% dos indivíduos a apresentar um índice de massa corporal ≥25 kg/m². ²   Logicamente, esta população numerosa representa um mercado apetecível para as empresas envolvidas na produção e/ou comercialização de suplementos alimentares, que ambicionem aumentar as suas vendas.  Do conjunto de suplementos direcionados para a perda de peso/gordura, destacam-se os termogénicos, os quais, supostamente, promovem um aumento da lipólise através de um aumento do metabolismo, induzido por determinados compostos presentes nesses suplementos.  Mas será que os suplementos termogénicos efetivamente facilitam a perda de peso ou de gordura em indivíduos pré-obesos ...

Quantidades Mais Elevadas de Proteína Afetam Negativamente a Saúde a Longo Prazo?

Afirma-se com alguma frequência que ingestão de quantidades relativamente mais elevadas de proteína tem um impacto negativo na saúde, sobretudo a médio-longo prazo.  Entre os putativos efeitos negativos temos, por exemplo, perturbações a nível renal, problemas cardiovasculares, maior probabilidade de problemas de saúde na velhice incluindo menor saúde metabólica, menor longevidade e outros.( 1 )  Mas será que uma maior ingestão de proteína realmente prejudica a saúde a longo prazo?  Kitada et al. (2024)  Recentemente, foi publicado um estudo que pretendeu avaliar os efeitos da ingestão de proteína a longo prazo, no envelhecimento de 3721 mulheres que participaram no famoso estudo prospetivo Nurses Health Study.  Mais precisamente, estes investigadores pretenderam testar a hipótese de que uma ingestão mais elevada de proteína se associa a uma maior probabilidade de envelhecimento saudável.  Neste caso, envelhecimento saudável correspondia a uma boa saúde me...

Quanta proteína é possível absorver por refeição?

Dentre a série de tópicos relativamente controversos englobados no mundo da nutrição temos a questão da quantidade de proteína que o corpo humano consegue absorver no seguimento de uma dada refeição. Relacionado com a mesma temática, temos a questão da definição da quantidade de proteína que idealmente se deve ingerir após a execução de um treino resistido, com vista a maximizar a síntese de proteína muscular. Estudos publicados até há poucos anos concluíram que a ingestão de 20 a 25 g de proteína de boa qualidade (whey, proteína do leite, ou proteína de ovo) após um treino de musculação direcionado à musculatura dos membros inferiores seria o suficiente para maximizar a síntese de proteína muscular em adultos jovens e saudáveis, sendo que em doses superiores os aminoácidos “excedentários” seriam simplesmente oxidados. 1,2   Entretanto, em 2016, os autores Macnaughton et al. 3 verificaram que a suplementação com 40 g de proteína whey após uma sessão de treino de musculação de cor...