Uma percentagem significativa da população debate-se com o excesso de gordura corporal e recorre periodicamente a dietas de restrição energética mais ou menos drásticas, com o objetivo de perder peso. No entanto, a maioria acaba por abandonar o regime alimentar restritivo e recupera o peso poucas semanas depois. A estes ciclos de perda e reganho de peso (dietas yo-yo), têm-se vindo a associar consequências fisiológicas negativas, ou “danos ao metabolismo”, incluindo uma diminuição da taxa metabólica basal, aumento da predisposição para ganhar peso, menores perdas de gordura e maiores perdas de massa magra em cada tentativa de perda de peso. Mas será que as dietas yo-yo efetivamente “danificam” o metabolismo e, consequentemente, prejudicam os indivíduos em tentativas posteriores de perder peso? O que nos diz a evidência científica? Recentemente, Sanaya e colegas (2024) conduziram uma revisão sistemática da literatura, na qual procuraram determinar se os ciclos de perda e reganho de
Por dentre as estratégias recomendadas para perda de peso ou de gordura temos a prática de exercício físico como sendo das mais advertidas por autoridades e profissionais de saúde. No entanto, há quem afirme que o exercício físico é inútil para quem deseja perder peso ou gordura por este ativar mecanismos compensatórios, os quais se incluem um aumento do apetite e da ingestão de energia, que acabam por compensar o gasto energético extra derivado do treino. Mas será realmente assim? Já foram publicados diversos artigos de revisão cujos autores procuraram clarificar esta questão. A influência do Treino de Endurance no Apetite Em 2020, Beaulieu K e colegas (2020)¹ conduziram uma revisão da literatura com a intenção de aferir a possível influência do treino de endurance isolado, ou em combinação com treino resistido, em variáveis relacionadas com o apetite, ou outros aspetos relacionados com a ingestão alimentar. Esta revisão incluiu 7 estudos observacionais, 7 estudos de curta duraçã