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As Dietas yo-yo Prejudicam o Metabolismo?

Uma percentagem significativa da população debate-se com o excesso de gordura corporal e recorre periodicamente a dietas de restrição energética mais ou menos drásticas, com o objetivo de perder peso. No entanto, a maioria acaba por abandonar o regime alimentar restritivo e recupera o peso poucas semanas depois.  A estes ciclos de perda e reganho de peso (dietas yo-yo), têm-se vindo a associar consequências fisiológicas negativas, ou “danos ao metabolismo”, incluindo uma diminuição da taxa metabólica basal, aumento da predisposição para ganhar peso, menores perdas de gordura e maiores perdas de massa magra em cada tentativa de perda de peso.  Mas será que as dietas yo-yo efetivamente “danificam” o metabolismo e, consequentemente, prejudicam os indivíduos em tentativas posteriores de perder peso?  O que nos diz a evidência científica?  Recentemente, Sanaya e colegas (2024) conduziram uma revisão sistemática da literatura, na qual procuraram determinar se os ciclos de perda e reganho de
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O Exercício Físico Influencia o Apetite?

Por dentre as estratégias recomendadas para perda de peso ou de gordura temos a prática de exercício físico como sendo das mais advertidas por autoridades e profissionais de saúde. No entanto, há quem afirme que o exercício físico é inútil para quem deseja perder peso ou gordura por este ativar mecanismos compensatórios, os quais se incluem um aumento do apetite e da ingestão de energia, que acabam por compensar o gasto energético extra derivado do treino.  Mas será realmente assim?  Já foram publicados diversos artigos de revisão cujos autores procuraram clarificar esta questão.  A influência do Treino de Endurance no Apetite  Em 2020, Beaulieu K e colegas (2020)¹ conduziram uma revisão da literatura com a intenção de aferir a possível influência do treino de endurance isolado, ou em combinação com treino resistido, em variáveis relacionadas com o apetite, ou outros aspetos relacionados com a ingestão alimentar.  Esta revisão incluiu 7 estudos observacionais, 7 estudos de curta duraçã

A Influência da Dieta Cetogénica na Força e Hipertrofia Muscular

Em 1995 o Dr. Mauro DiPasquale publicava o livro "The Anabolic Diet", o qual advogava uma dieta rica em gordura e proteína, mas pobre em hidratos de carbono como sendo o padrão alimentar mais adequado para potenciar a hipertrofia muscular e a perda de gordura.  À época, a investigação científica efetuada nesse campo era escassa ou inexistente. No entanto, o número de personalidades que defendem este tipo de dieta terá, provavelmente, atingido um número bastante expressivo.  Mais recentemente, têm vindo a ser conduzidos estudos controlados que testaram os efeitos da dieta cetogénica no rendimento desportivo e na composição corporal.  Revisão Sistemática e Meta-Análise   Em 2022, os investigadores Koerich e colegas conduziram uma revisão sistemática e meta-análise, a fim de resumir a informação obtidas em estudos nos quais participaram atletas, ou indivíduos com experiência de treino resistido.  O seu trabalho reuniu 18 estudos, os quais avaliaram a influência da dieta cetogéni

É Melhor Perder Peso de Forma Rápida ou Lenta?

A perda de gordura pode proporcionar vários benefícios para a saúde daqueles que têm excesso de peso. ¹⁻² e é uma necessidade imperativa para atletas de determinados desportos e para aqueles que participam em competições de culturismo e similares.³ No entanto, independentemente do ritmo a que se perde peso, há uma série de consequências negativas que são praticamente impossíveis de evitar. Esses efeitos indesejáveis incluem a diminuição da taxa metabólica basal em repouso,⁴ dos níveis de testosterona,⁵ perda de massa magra,⁶ e diminuição da força muscular.⁷⁻⁸ De forma a minimizar esses efeitos negativos, são muitos aqueles que evitam as dietas mais drásticas, do tipo yo-yo e que, em vez disso, aconselham uma perda de peso lenta, por exemplo, de 0,5 kg de peso corporal, por semana.³ O que diz a ciência? Já foram conduzidos variados estudos que procuraram determinar qual a velocidade de perda de peso que melhor preserva a taxa metabólica, a massa magra, bem como os níveis de testosterona

Restrição Energética Contínua VS Intermitente na Perda de Peso

Até ao momento, a restrição energética contínua, efetuada sem interrupções, tipicamente durante as várias semanas ou meses que duram o regime, representa o método tradicionalmente usado na perda de peso. De forma simplista, neste tipo de regime, cria-se, um défice energético ao ingerir uma quantidade de calorias inferior ao dispêndio energético diário, o que “obriga” o organismo a recorrer às suas próprias reservas de energia, sobretudo ao tecido adiposo, para suportar o gasto diário.  No entanto, a adoção de uma dieta deste tipo promove um ambiente hormonal predominantemente catabólico, e ativa mecanismos corporais (termogénese adaptativa) que conduzem a uma diminuição do dispêndio energético e, desta forma, dificultam ou tornam mais lenta a perda continuada de gordura, e facilitam a recuperação do peso e gordura perdida. Neste contexto, teorizou-se que a interrupção de uma dieta hipocalórica, durante vários dias ou semanas, ao longo dos quais se segue uma dieta normocalórica, permite

Qual é a Quantidade de Proteína Ideal para Manter Massa Muscular em Défice Energético?

Será habitual que os praticantes de musculação, e atletas que realizam treino resistido, alternem entre períodos de excedente energético, e défice energético, com vista a diminuir a sua quantidade de gordura corporal. Num contexto de défice energético, é possível que as necessidades de proteína sejam superiores naqueles que praticam musculação?  Qual será a quantidade de proteína adequada para manter a maior quantidade possível de massa muscular, enquanto se perde gordura? Helms et al. (2014) Com vista a providenciar recomendações de ingestão de proteína nesse contexto, os investigadores Helms e colegas (2014) conduziram uma revisão da literatura existente acerca do tópico. Esta revisão inclui 6 estudos, nos quais participaram indivíduos adultos de ambos os sexos, com uma idade média de 23,4 anos, que contavam com pelo menos 6 meses de experiência de treino resistido, e que tinham uma percentagem de massa gordura “baixa”, igual ou inferior a 23% nos homens, e ≤ 35% nas mulheres.  De no

Maior Volume de Treino = Maior Hipertrofia Muscular

Na eterna discussão entre os defensores de um volume de treino baixo e alta intensidade, ao estilo HIT de Mike Mentzer, contrapõem-se aqueles que favorecem volumes de treino elevados, de acordo com a filosofia de treino de Arnold Schwarzenegger e companhia. Ao longo dos últimos anos, o tema do volume treino também tem sido alvo da atenção de académicos e curiosos da temática. Apenas para clarificar o leitor, o volume de treino, quando o objetivo principal é a hipertrofia muscular, pode ser quantificado pelo número de séries “difíceis” por grupo muscular, conduzidas até perto da falha muscular. Uma revisão sistemática e meta-análise conduzida publicada recentemente teve como objetivo comparar as respostas aos volumes de treino moderados e elevados, em termos de promoção da hipertrofia muscular. Na sua análise, os investigadores incluíram sete estudos controlados, que tiveram uma duração mínima de seis semanas, e cujos participantes tinham entre 18-35 anos, e pelo menos um ano de experiê